Querer que os outros sejam felizes não custa nada e diz muito sobre nós.
Ainda mais, esse tipo de abordagem pessoal e o desejo autêntico são revertidos para o nosso bem-estar. No entanto, de tempos em tempos, encontramos pessoas que pensam que “quero que você seja feliz, é claro, mas não mais do que eu”. São perfis que contradizem o princípio da interconexão humana.
A maioria de nós teve uma experiência semelhante. Um em que nos aproximamos de alguém que achamos importante dar boas notícias, para compartilhar com ele algo bom que nos aconteceu.
Instantaneamente, percebemos a tensão, uma certa falsidade ou aquele desconforto que de repente revela uma falha na conexão; uma dissonância nas emoções e na reciprocidade.
Sentir desconforto pela felicidade dos outros revela algo mais profundo que a sombra da inveja. Às vezes, é um golpe para a autoestima.
É também se tornar consciente do fato de que os outros conseguem superar a si mesmos e atingir metas enquanto ainda estamos cercados por suas inseguranças. Não é fácil tolerar a alegria dos outros quando em suas mentes há frustração constante.
Desejar o bem-estar dos outros e celebrar os triunfos dos outros é um exercício de bem-estar.
Não tem nada a ver com princípios éticos, morais, religiosos ou espirituais. Na verdade, por trás desse desejo expresso existe uma base psicológica tão válida quanto é interessante que os estudos científicos nos expliquem.
Desejar que os outros sejam felizes nos livra de pesos desnecessários
Em psicologia, falamos sobre o efeito boomerang ou princípio de ação para explicar como alguns atos, palavras ou pensamentos geram algum tipo de consequência. Assim, algo tão elementar quanto ser capaz de desejar que os outros sejam felizes sempre tem um impacto sobre nós mesmos.
Há uma recompensa emocional e também existe uma espécie de catarse. Vamos pensar sobre isso; imagine, por exemplo, que temos um colega de trabalho muito invejoso. Uma daquelas pessoas que sempre nos olha de lado, mostrando algum desconforto pelo nosso bom trabalho e competência profissional.
Se imitássemos o comportamento deles, criaríamos um feedback em que o desconforto, o negativismo e o confronto nos levariam a um estado de estresse bastante desconfortável.
Por outro lado, para se desejarmos o bem. Aceitando que cada um é o que ele é e desejando que ele seja tão feliz quanto possível dentro de suas possibilidades, tira pesos, higieniza a mente e evita hostilidades.
Portanto, aquele famoso ditado “faça o bem sem olhar para quem” pode também ser reformulado como “queira a felicidade sem olhar a quem”.
Porque o simples fato de projetar pensamentos positivos melhora nossa química cerebral, altera o diálogo interno e nos força a fazer esse esforço mental com o qual podemos abrir um pouco mais para os outros.
Vamos colocar em prática este simples conselho de saúde e conexão humana.